A SAÚDE A POPULAÇÃO NEGRA E A LETARGIA DO PODER PÚBLICO

Notícias 24/10/2018

Fotos: Talita Burbulhan 

A audiência para tratar da reativação do Comitê Municipal de Saúde Integrada da População Negra que será a realizada no dia 20 de novembro, em Florianópolis, foi um dos encaminhamentos da roda de conversa realizada pelo nosso mandato e que contou com a participação da enfermeira Claudia Prado da Rosa e da médica Camila Carvalho Amorim. Na ocasião, as duas abordaram a situação do acesso à saúde pelas pessoas negras e a questão das políticas específicas para esse público. De acordo com elas, o preenchimento da declaração racial no formulário de atendimento, assim como o debate sobre as questões étnico-racial são algumas das ações para enfrentar o racismo institucional reproduzido por profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

No Brasil, 70% da população negra é usuária do SUS. Embora nosso sistema de saúde pública tenha como princípio o acesso universal e a equidade, há disparidade no tratamento. As mulheres negras, por exemplo, denunciam a violência obstétrica e o fato de serem mais criminalizadas em situação de aborto do que as mulheres brancas.

O recorte racial na elaboração das políticas públicas é fundamental não só porque há doenças que atingem mais as pessoas negras (de acordo com o Ministério da Saúde são elas: pressão arterial elevada, câncer de próstata, miomas uterinos e depressão), mas também porque há questões sociais que somente atingem esta população, como é o caso do genocídio contra a juventude negra, considerado um problema de saúde pública.

Apesar de existir a Política Nacional de Saúde da População Negra, as ações são extremamente lentas ou, como é caso de Florianópolis, inexistentes. Lamentamos que desde o início desta gestão municipal essa demanda, que está nas lutas do movimento negro desde os anos de 1980, não esteja sendo pautada.
 

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