O POVO DE SANTO E O DIREITO À CIDADE

Notícias 27/04/2018

Uma das atividades que marcou a 11ª Semana das Religiões de Matriz Africana foi a mesa redonda “O Povo de Santo e o Direito à Cidade”, organizada pelos vereadores Profº Lino Peres (PT) e Marquito (PSOL) e suas assessorias. O teólogo afrocentrado Jayro de Jesus; a representante do Fórum das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis e Região Vanda Pinedo; a Yalorixá da umbanda de Almas de Angola e assessora do gabinete do vereador Lino Peres, Jeruse Romão; e o Ogã da umbanda de Alma de Angola e assessor do vereador Marquito, André Farias, foram as(os) convidadas(os) para debater a cidade na perspectiva das(os) adeptas(os) das religiões de matriz africana. O público que compareceu ao Plenarinho da Câmara Municipal para prestigiar o evento também teve a oportunidade de fazer suas considerações. O evento na íntegra pode ser visto na transmissão feita no perfil no facebook do vereador Lino Peres. No vídeo abaixo você confere o que cada convidada(o) apresentou de contribuição para o debate.

“É importante garantir que os ritos que envolvem o uso de tambores não fiquem presos dentro de um ambiente hermético sem a possibilidade de saída do som”, alertou Lino sobre a questão sonora, um dos aspectos que dificultam a plena manifestação de credo nas religiões de matriz africana. Desde a primeira legislatura, acompanhamos os recorrentes casos de abordagens policiais dentro das casas religiosas, fruto de denúncias feitas pela vizinhança, que reclama do barulho nos dias de celebração. Por trás disso e de tantas outras manifestações de intolerância religiosa está a desinformação. Nesse sentido, um dos objetivos da Semana, realizada todo mês de abril, na Câmara Municipal, é promover atividades que “expandam a consciência das pessoas na cidade”, explicou Lino, na abertura do evento.

Após a fala das(os) convidadas(os), foi a vez do público se manifestar. O mestre de capoeira Jimmy Wall e a Tatalorixá Kátia Regina Luz de Omolu foram algumas das pessoas que contribuíram para o debate. Lino aproveitou o momento para apontar a complexidade que é garantir o acesso à cidade para o povo de santo. Afinal, como parlamentar e arquiteto, ele compreende que para acessar direitos se faz necessário enquadrar algumas práticas, no entanto, “há coisas que são inapreensíveis, que não têm como legislar ou projetar”, reconhece Lino sobre os desafios de tratar das questões de ordem espiritual na esfera política. No entanto, o desafio é justamente esse, achar um equilíbrio para que o direito à cidade não seja uma domesticação das pessoas, mas sim um instrumento de liberdade das mais diversas formas de manifestação.

O encaminhamento final da reunião foi criar um Grupo de Trabalho (GT) com a participação das assessorias dos vereadores Lino Peres e Marquito junto com lideranças religiosas para pensar o conceito de religiosidade na cidade e assim criar estratégias para regularizar os ritos religiosos.

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