Religiões de matriz africana elaboram “Carta de Iemanjá”

Notícias 02/10/2019

O Coletivo Iemanjá lançará hoje, às 15h, na Câmara Municipal de Florianópolis a “Carta de Iemanjá”. O documento começou a ser elaborado na última semana, em reunião de diversas entidades e representantes de religiões de matriz africana, após destruição da estátua de Iemanjá, no Ribeirão da Ilha, e será entregue ao Ministério Público de Santa Catarina – MPSC.

Um dos coordenadores do Fórum das Religiões de Matriz Africana, Babá Sulimar de Oxum, destaca que o documento exigirá dos órgãos competentes o cumprimento dos direitos assegurados por lei. “Isso gerou para nós, de religiões de matriz afro-brasileiras, uma oportunidade de tomarmos ações concretas, para realmente tomar um rumo diferente em Florianópolis, que se tornou uma cidade excludente, racista e intolerante”.

Não é a primeira vez que a imagem é alvo de depredação. Em novembro do ano passado, membros do Ilê de Xangô se depararam com a estátua violada com tinta vermelha e quebrada em vários pontos. Aporele Zaia, representante do centro de umbanda, ressalta que os ataques são atos de intolerância religiosa. “Nós, de religiões de matriz africana, sejamos ela umbanda, candomblé, nação, omolokô, entre outras, não somos respeitados como religião”, diz.

A carta é apoiada pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial – COPPIR, Associação dos Terreiros de Umbanda do Ritual de Almas e Angola do Brasil – ATUAA, Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes de Santa Catarina – CEPA/SC, Fórum das Religiões de Matriz Africana, Associação Beneficente Cultural Africana Ilê de Xangô, entre outras entidades.

O mandato do vereador Prof. Lino Peres está acompanhando as atividades do coletivo e lembra que o espaço onde se encontra a estátua de Iemanjá foi reconhecido como local público pela Prefeitura e Câmara Municipal de Florianópolis. É imprescindível que o poder público tome medidas para acabar com o racismo religioso, praticado na maioria das vezes contra religiões afro-brasileiras.

 


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