QUILOMBOLAS E A RESISTÊNCIA DIÁRIA

Notícias 20/12/2018

Apesar de o artigo 68 da Constituição Federal garantir propriedade definitiva aos quilombolas que estejam ocupando suas terras, a luta dos descendentes de escravos é permanente. Luta que vai muito além do direito de demarcação de suas terras, e é diária por educação, por saúde, por sobrevivência, pela preservação de sua cultura. O mandato do vereador Prof. Lino Peres acompanhou de perto a trajetória do Quilombo Vidal Martins em 2018, localizado no Rio Vermelho, que travessou mais um ano buscando a conclusão do processo de demarcação de território.

A comunidade aguarda apreensiva a conclusão do relatório antropológico elaborado pela UFSC, e a cartografia social, elaborada pela Fundação do Meio Ambiente - IMA. As comunidades quilombolas em todo território nacional estão em estado de alerta com as diretrizes assumidas pelo governo que se avizinha. Enquanto isso, aguardam os resultados judiciais que definirão se a Comunidade Vidal Martins será gestora do Camping do Rio Vermelho como desejam, não só por experiência de trabalho mas, sobretudo, por estarem próximos de suas terras ancestrais já que o Parque do Rio Vermelho é o território de origem dos quilombolas da Vidal Martins.

Em 2018, a comunidade desenvolveu diversas atividades. Um projeto interessante foi o cultivo de uma horta como conteúdo de preservação cultural, em que os mais velhos ensinam as crianças a plantar e ocupar produtivamente seu próprio território. Além do artesanato, depois muita luta as mulheres da comunidade conseguiram autorização para fazer tranças na praia dos Ingleses, uma prática cultural afro-brasileiro.

A comunidade também conseguiu encerrar o ano letivo com a finalização das aulas do ensino fundamental e a conclusão do ensino médio – depois de muita luta reivindicando o direito de educar os seus de acordo com as diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar quilombola, promulgada pela ex-presidente Dilma Rousseff, que institui orientações para que os sistemas de ensino formulem projetos político-pedagógicos adequados à especificidade das vivências, realidades e história das comunidades quilombolas do país.

Florianópolis tem seis comunidades quilombolas reconhecidas, em um total de 18 em Santa Catarina.

 


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