RODA DE CONVERSA "AS NEGRAS, OS NEGROS E A CIDADE" REÚNE MILITANTES NO COMITÊ DA CIDADANIA

Notícias 23/09/2016

“Quem não foi perdeu um dos melhores diálogos da história militante desse município. Foi Negra. Foi Negro. Foi lindo demais...”

Foi assim que Jeruse Romão, mestre em educação e militante negra, definiu roda de conversa 'As Negras, Os Negros e a Cidade', organizada pela campanha do Prof. Lino Peres no dia 17 de setembro.

Estavam presentes históricas lideranças negras como professor doutor da UDESC Paulino Cardoso e o ex-presidente municipal do PT, o ex-ministro-adjunto da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do governo Lula, João Carlos Nogueira, e a mestre em educação e feminista negra Cristiane Mare, além de lideranças da capoeira em Florianópolis como os Mestres Jimmy Wall Jô Capoeira e Cristiane Mare.

O importante encontrou também mobilizou as lideranças históricas do movimento em Santa Catarina, como Jeruse Romão e Lino Peres, fundadores do Núcleo de Estudos Negros, em 1986.

Na pauta do encontro, juventude negra, mulheres negras, afroempreendedores, quilombolas e as eleições municipais de 2016.

Cada presente optou por uma abordagem diferente sobre os temas conversados. Paulino falou sobre a presença histórica dos negros em Santa Catarina e os modos de exclusão que parte da sociedade vai adotando para que os negros não vivenciem a cidade.

Nogueira propõe que o mandato do Prof. Lino Peres dê início a um fórum permanente pra discutir o movimento dos negros na cidade, com transversalidade de raça, classe e gênero, como principio da gestão municipal.

Mare trouxe o viés de gênero e falou sobre a pouca representatividade das mulheres negras. Jimmy Wall, por sua vez, falou da capoeira como ocupação da cidade, e aproveitou para criticar a modernização e elitização do Mercado Público que acabou excluindo as rodas de capoeira do local.

Atualmente, 13% da população de Florianópolis é negra, a maioria empurrada para as periferias, onde há maior fragilidade em segurança, acesso e permanência escolar, déficit em urbanização e as maiores taxas de desemprego.

Precisamos discutir o racismo nos territórios e espaços públicos, além do racismo institucional, que dificulta o acesso à saúde, educação e aos serviços públicos, assim como combater a intolerância religiosa que nosso povo vem sofrendo e garantir a territorialidade das comunidades quilombolas. É preciso reformular o Conselho do Negro para que o debate sobre igualdade racial avance na legislação de Florianópolis.

Nesse sentido, precisamos que o Prof. Lino Peres seja vereador mais uma vez, com a união de todas as negras e negros da cidade, para fiscalizar e acolher a pluralidade do movimento negro. Vem com a gente!


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