DESCASO COM A CULTURA NÃO SILENCIA ESCOLA LIVRE DE MÚSICA

Notícias 11/08/2016

Na Audiência Pública sobre a situação da Escola Livre de Música (ELM), realizada na quinta-feira, 11, no Plenarinho da Câmara Municipal, foi consenso entre os presentes a importância do projeto e a necessidade da sua continuidade. Apesar de o orçamento da escola estar garantido até o final deste ano, estudantes, professores e funcionários querem uma proposta concreta para resolver a situação de instabilidade financeira. Por ser uma parceria público-privada, uma parcela do orçamento é garantida por empresas, enquanto o restante é de responsabilidade da Prefeitura, a qual, neste ano, colocou em risco as atividades ao atrasar o repasse da contrapartida.

Hoje a instituição atende a 865 estudantes, em dois núcleos, um no Centro e outro no Campeche, oferecendo cursos de musicalização e de instrumentos. A única escola de música gratuita do município foi criada em 2013, durante a gestão de Luiz Moukarzel, na época Secretário de Cultura. Em sua fala durante a Audiência, ele apontou que ELM poderia estar funcionando em cinco núcleos e atendendo 1600 estudantes, mas por causa dos reiterados cortes do Executivo isso ainda não foi possível. Moukarzel também mostrou que os custos para a manutenção da instituição são baixos se comparados com projetos em outros setores. “É menos do que a Prefeitura gasta com papel higiênico para a Comcap”, afirmou.

A Audiência durou cerca de três horas foi presidida pelo vereador Gui Botelho (PSDB) e contou com a presença dos parlamentares Lino Peres (PT), Luis Carlos Zaia (PDT), Dinho (PMDB) e Lela (PDT – licenciado). “Sem a arte não há como celebrar a vida, ela é a maior das atividades humanas”, defendeu Lino. Ele chamou atenção para a eficiência da escola, que “em três anos passou de 230 para 865 estudantes, adquirindo grandes resultados com custos baixíssimos. Com isso vemos que o problema não é falta de recurso”, avaliou, e terminou sua fala com um questionamento: “Serão pessoas tão pobres de espírito as que ocupam os órgãos públicos ao ponto de não valorizarem as atividades artísticas?”

O Secretário de Cultura, Pedro Almeida, rebateu algumas das críticas ao Executivo, garantindo que a escola está dentro da peça orçamentária de 2017. O aluno Leonardo Souza apresentou as exigências feitas pelos estudantes durante assembleia realizada no dia 10, que foram adicionadas aos encaminhamentos da Audiência. Dentre elas, a mais importante é a proposta de que a ELM tenha garantia orçamentária para continuidade nos próximos anos. As outras são a abertura de processos de estudos para formalização concreta da Escola; melhorias nas sedes já existentes e ampliação dos núcleos para outras regiões da cidade. De imediato, será encaminhada uma solicitação de Audiência Pública com o prefeito.


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