A falta de políticas públicas para valorização da Capoeira em Florianópolis não condiz com a atenção que deveria receber como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. “A retirada da tradicional roda que acontecia no Mercado Público aos sábados é uma prova desse desrespeito na capital”, lembra Lino Peres. "Este fato mostra como, ao invés de ressaltar a Capoeira como expressão maior de nossa cultura afrodescendente, valorizando sua forma de utilizar os espaços públicos e livres da cidade, em Florianópolis lhe é tolhida a mobilidade e fluidez espacial, limitando seus espaços”. Nesse sentido, o mandato tem dois projetos de lei em tramitação que vão ao encontro das demandas dos capoeiristas. Um é para a ampliação dos espaços culturais, não só no centro, mas também nos bairros, em tramitação na Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal, enquanto o outro garante que os mestres que disseminam o saber popular sejam valorizados e remunerados, PL que deverá ser apreciado pelo plenário da Câmara brevemente.

O mandato do vereador professor Lino Peres esteve presente durante a V Semana da Capoeira. A iniciativa do Fórum da Capoeira da Grande Florianópolis contou com danças, oficinas com difrentes mestres e seminário. Oferecemos todo o nosso apoio a esta manifestação que transcende as artes marciais e configura-se como uma postura de vida, regida pelos princípios ancestrais de valorização dos mais velhos, de acúmulo gradual do conhecimento transformado em sabedoria e profunda relação com a natureza e suas entidades. A capoeira nasceu da luta contra o opressor branco no período da escravatura e foi tornando-se uma forma cosmogônica de ver, mover-se e caminhar no mundo, cuja terra é constantemente iluminadas pelos mestres que guiam a senda de como conduzir a nossas vidas.