O mandato do vereador Lino Peres acompanhou, na terça-feira (12) à noite, o debate “Branquitude, Racismo e o Negro no Audiovisual”, no Instituto Arco-Íris Direitos Humanos. O encontro foi promovido pelo movimento ‪‎OcupaMinC‬ e contou com as presenças de Maria Emília de Azevedo, diretora do curta "Alva Paixão", sobre o poeta Cruz e Sousa, Lia Vainer Schucman, doutora e pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UDESC, e Yasser Socarrás González, cineasta e pesquisador cubano.

 

A utilização de atores e atrizes negras em papeis que reforçam esteriótipos e preconceitos foi um dos principais temas da conversa. "A cultura negra é valorizada no Brasil, mas o sujeito não. Na produção audiovisual, o negro aparece como um esteriótipo, de maneira particular, enquanto o branco aparece representando o homem universal", pontuou Lia Vainer durante o debate. "Assim, o personagem branco é visto como um indivíduo único, enquanto um personagem negro aparece como representante de toda a população negra", completou Lia.

 

Também houve espaço para discutir a (não) participação de negros na produção cinematográfica, além das aparições nas telas. "Quando a gente fala do negro no cinema, pensamos na tela, não como realizador de uma obra cinematográfica. Costuma-se pensar na representação do negro como ator e não como diretor, por exemplo", comentou o cubano Yasser González.

 

O ponto de partida para o debate foi a exibição do curta-metragem "Alva Paixão" (1994), da diretora Maria Emília de Azevedo, sobre a vida do poeta filho de escravos, Cruz e Sousa. "Ele é um poeta nosso, do Desterro. Intuitivamente, ele era um poeta simbolista, que rompeu com as escolas anteriores, como a naturalista. Assim, contestou a produção cultural burguesa do século 19 e o racismo da sociedade catarinense", disse Maria Helena.

 

A luta pela igualdade racial é cultural e permanente!