A falta de exames e insumos, a redução do corpo de funcionários da limpeza e o corte no quadro dos vigilantes nos postos de atendimento ilustram o cenário de precarização da saúde pública em Florianópolis. Entre o ano passado e este ano o prefeito cortou o total 38 milhões de reais na área, e situação tende a piorar ainda mais com a decisão que será implementada, a partir desta sexta-feira (1), de fechar os centros de saúde que estão atuando sem segurança (serviço terceirizado). Por isso, nessa mesma data, haverá uma mobilização organizada pelo Conselhos Locais de Saúde, em frente à Catedral,no centro, a partir das 9h, para reivindicar melhorias no setor.

Nesta semana, finalmente os conselheiros municipais e locais de saúde conseguiram se reunir com César Souza Jr, para debater os cortes na saúde. O encontro que estava previsto para terça-feira (28) foi remarcado para o dia seguinte, depois que os integrantes do Conselho se recusaram a acatar a condição do prefeito de que não houvesse a presença de vereadores na reunião. Integrante da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (UFECO) e assessora do mandato do vereador Lino Peres, Albertina Souza relatou a ausência de propostas eficazes por parte do executivo. “Quando questionado sobre sua avaliação a respeito da arrecadação do semestre, para vermos o que poderia ser descontingenciado, ele simplesmente não respondeu”, relata.

Cesar Jr. tentou acalmar os ânimos garantindo que repassará 12 milhões de reais ao Fundo Municipal de Saúde se a Câmara aprovar a venda do terreno em Canasvieiras ao Tribunal de Justiça, proposta que tramita no legislativo hoje. "O problema é que o Projeto de Lei do prefeito prevê que o dinheiro da venda seja repassado à Previdência Pública, como determina a Lei de Diretrizes orçamentárias do Tribunal de Contas de SC. Como ele vai fazer isso?", questiona Albertina. O site da Prefeitura publicou a notícia com a promessa: http://www.pmf.sc.gov.br/noticias/index.php…

Cesar Jr. também garantiu que irá sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias com 20% para a Saúde, lei aprovada nesta semana na Câmara. Os conselheiros presentes solicitaram que o prefeito investisse 51 milhões de reais na saúde ao invés de utilizá-los como contrapartida para o empréstimo de 150 milhões de dólares com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para obras de infraestrutura viária. Por ora, Cesar Souza se comprometeu a:

*Realizar reuniões mensais com conselheiros e os secretários da saúde e da fazenda;

*Rever o corte da vigilância nas unidades de vulnerabilidade social e a possibilidade de a guarda municipal fazer a ronda nos locais de risco enquanto não houver novas contratações;

*Realizar estudo que prevê a viabilidade de aumentar, nesse momento emergencial, os cortes de outras secretarias que não atendem diretamente a população;

*Apresentar os dados do processo que corre em segunda instância contra o Governo do Estado, referentes às Internações Hospitalares realizadas pela prefeitura e que não foram pagas, somando um total de 17 milhões reais, dinheiro que seria imediatamente injetado na saúde caso a causa seja ganha;

*Pensar em uma campanha publicitária para que os mil devedores que concentram a metade da dívida pública municipal (cerca de 1,5 bilhões de reais) regularizem sua situação, possibilitando assim uma nova fonte de recursos para a saúde.