HOJE É DIA MUNICIPAL EM HOMENAGEM A CRUZ E SOUSA

Notícias 24/11/2019

2019 inaugura o Dia Municipal em Homenagem a Cruz e Sousa, em 24 de novembro, data do nascimento do maior poeta catarinense e um dos maiores poetas mundiais. A homenagem, instituída pelo Projeto de Lei 17.659/2018, de autoria do vereador prof. Lino Peres, visa valorizar a história de Cruz e Sousa, invisibilizado propositalmente em seu próprio território.

A vida poética de João da Cruz e Sousa (1861 – 1898) inicia aos sete anos, quando compõe seus primeiros versos. Nascido em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, Cruz e Sousa era filho de negros escravizados alforriados. Nasceu livre e foi criado por terceiros, ainda que a liberdade não tenha lhe garantido igualdade devido à cor da pele.

Mesmo dedicando anos à literatura, o racismo não permitiu que Cruz e Sousa tivesse o reconhecimento merecido em vida. Aliás, esta é uma das facetas mais perversas do racismo: invisibilizar uma pessoa por ser negra. O poeta “ganhou o mundo”, após sua morte, decorrente de uma tuberculose, notabilizando-se como um dos maiores poetas simbolistas, junto aos franceses Rimbaud e Mallarmé, sendo que este faleceu no mesmo ano do nosso Cruz e Sousa. Não na mesma envergadura do poeta desterrense, destacou-se no Brasil o poeta simbolista mineiro Alphonsus de Guimaraens.

Há, ainda, pessoas e setores catarinenses que ignoram ou negam a importância de Cruz e Sousa e de seu legado ou o desvinculam da realidade do racismo que combateu e do fato de que foi um homem negro, como se tentou, em situação semelhante, embranquecer Machado de Assis.

Nada mais justo que Cruz e Sousa tenha um dia no calendário municipal dedicado a ele, a sua história, uma história de luta contra a escravidão feita por esse escritor destacado na imprensa escrita e autores de inúmeros e imortais poemas que o consagraram para além de suas terras.

Seus restos mortais estão alojados no Palácio Cruz e Sousa e, na Praça XV, encontra-se o busto do nosso maior poeta, resultado de uma campanha organizada pelos negros, na década de 1920, em Florianópolis.


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