ESCOLA ANTONIETA DE BARROS: PRÉDIO ESTÁ ABANDONADO HÁ MAIS DE DEZ ANOS

Notícias 20/09/2019

Sem uso há mais de dez anos, o prédio da Escola Antonieta de Barros, no Centro Histórico de Florianópolis, foi tema de audiência pública realizada nesta terça-feira, 17, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina - Alesc. A audiência, solicitada pelo mandato do vereador Prof. Lino Peres e a Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros - Amab para a deputada Luciane Carminatti, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Alesc, visou debater sobre a função social do edifício. 

A Escola Antonieta de Barros fazia parte da rede estadual de ensino, estando hoje sob gestão da Secretaria de Estado da Administração. Em 2017, foi cedida à Alesc, que pretendia utilizar o espaço para as atividades da Escola do Legislativo, no entanto, desistiu do uso no início deste ano. Construído na década de 1930, é um dos últimos edifícios do estilo Art Nouveau e tombado como patrimônio histórico.

Representantes do movimento negro, de movimentos culturais, dos órgãos de patrimônio do município de Florianópolis, do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e das secretarias do Governo do Estado, entre elas, a de educação e administração, compareceram à audiência e ressaltaram a importância da preservação do prédio histórico.

A vice-presidente da Amab, Carol Carvalho, defendeu a “utilização do imóvel como valorização da cultura negra catarinense”. Nosso mandato apoia a proposta e lembra que foram sancionadas no município, duas leis que criam o Centro de Memória de Cultura Negra e o Museu do Negro, havendo, portanto legislação que ampara essa iniciativa.

A Fundação Catarinense de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais - ACCR destacou que, por conta do abandono, a edificação sofreu e sofre problemas estruturais graves.

Ao final foi encaminhada uma audiência com o Governo do Estado e uma comissão composta por 12 entidades, para tratar sobre a função social da Escola Antonieta de Barros.

Lino alerta a importância da discussão para que o imóvel seja destinado para a cultura negra, como forma de reparar a dívida histórica da escravidão e exclusão da população negra.

 


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