NO ABRIL INDÍGENA, É MOMENTO DE LEMBRAR QUE A LUTA DOS POVOS ORIGINÁRIOS SE FAZ TODO O DIA

Notícias 29/04/2019
 
Foto: Talita Burbulhan
 
Em sua fala na sessão do dia 16 de abril, a liderança guarani Kerexu Yxapyry foi categórica: “vocês não precisam gostar das(os) indígenas se não quiserem, mas façam cumprir a lei. Tudo o que nós reivindicamos está previsto na legislação. Assim como vocês, nós, também, temos direitos”, reiterou ela na Tribuna, no espaço cedido pelos vereadores Lino Peres (PT), Marquito (PSOL) e Renato Geske (PR) para que duas lideranças indígenas se manifestassem.
 
O kaingang Alzemiro Mathias abordou a situação das 57 famílias que estão alojadas no desativado Terminal do Saco dos Limões (TISAC), alertando para a urgência de a Prefeitura de Florianópolis fazer a Casa de Passagem Indígena. Essa é uma reivindicação antiga das(os) indígenas que, todo ano, vêm até a capital catarinense para complementar a renda, com a venda de artesanatos. Alzemiro destacou a importância de existir um grupo de pessoas que prestam apoio às famílias alojadas no TISAC, tornando as péssimas condições de vida a que estão submetidas, devido ao descaso do prefeito Gean Loureiro (MDB), um pouco menos precária.
 
A mobilização da sociedade civil organizada também tem sido fundamental para a luta da Terra Indígena do Morro dos Cavalos, da etnia guarani e da qual Kerexu é uma das lideranças. Ela destaca a criação do Plano de Gestão Territorial EcoEtno Desenvolvimento, uma equipe técnica que se juntou para exigir dos órgãos públicos o que é de direitos dos povos originários.
 
“É necessário readequar nosso olhar para compreender o modo de vida das populações indígenas, afinal o estabelecimento de fronteiras e limites territoriais parte de uma lógica do homem branco colonizador”, destacou Lino, sobre a necessidade de criar políticas públicas que dialoguem com a cultura indígena.
 
Diante dos históricos ataques que essa população vem sofrendo ao longo da história brasileira, e que ganharam mais força desde que Bolsonaro assumiu a presidência, nosso mandato acredita que o trabalho em rede dos movimentos sociais é um dos caminhos para superar as injustiças, garantindo o acesso aos direitos e a soberania dos povos originários.
 
 

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