MILITARES NÃO QUEREM COMEMORAR O GOLPE DE 1964

Notícias 29/03/2019
 
A cúpula do Ministério da Defesa não quer lembrar o golpe militar de 31 de março 1964 com comemorações espalhafatosas; prefere manter a efemeridade como a “Revolução democrática de 1964”, sem tiros de baionetas, nem explosão dos canhões. A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa ainda não dispõe de informações a respeito”. No entanto, espera que o presidente se manifeste pelas redes sociais, por onde, de forma transloucada, ele tem governado uma das mais importantes nações do sistema mundial. Já os auxiliares palacianos forçam um pronunciamento “em defesa da democracia”, medida impossível para quem defende Stroessner, Ustra e outros tipos sanguinários de mesmo perfil.
 
Comemorar os 55 anos da ditadura militar não só desrespeita familiares das vítimas, cujas(os) filhas(os), parentes, amigas(os) e conhecidas(os) foram assassinadas(os) barbaramente, como também a maioria da população brasileira, que deseja lembrar deste passado como memória crítica, como um acontecimento indesejável e inesquecível para todos. Forçar o caminho da ditadura revela o desejo de não governar pelos meios previstos na democracia consolidados na nossa constituição e que garantem o Estado de Direito.
 
Estamos sendo representadas(os) por um presidente que precisa ser convencido pela cúpula militar sobre a necessidade de que as celebrações sejam feitas de maneira discreta e sem manifestações públicas, para não acirrar o clima político e prejudicar as votações da contrareforma da previdência. Este método de governar anuncia algo ruim: as pessoas interessadas nas comemorações de um golpe não o querem celebrar! Certamente elas têm outros planos mais sofisticados, como tomar as escolas com a ideologia militar ou ocupar universidades como se tentou no período eleitoral de 2018, mas foram repreendidas pelo Supremo e contestadas pela sociedade acadêmica. 
 
A nota publicada e assinada por procuradoras(es) federais afirma que a “postura de Bolsonaro em comemorar o golpe de 1964 nos quartéis é de enorme gravidade constitucional, e incompatível com o Estado Democrático de Direito e que ele pode ser judicialmente reprimido, pois isso, soa como apologia á práticas de atrocidades massivas e, portanto, merece repúdio social e político, sem prejuízos das repercussões jurídicas”.
 
Dia 31 de março é uma data de triste memória. Lutamos e esperamos que ditaduras nunca mais!
 
Vereador Prof. Lino Peres
 

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